Queria ir na praia e sentar na areia,
Ver as meninas passarem...
Entrar no mar e pegar um surf
Pra depois toma uma gelada com os amigos
E esperar o por-do-sol.
Pra no fim do dia
Quando eu botar o travesseiro no ouvido
Ter a certeza que o amanhã vai ser tranquilo.

Tá na hora de acordar
Chega de impunidade parlamentar

Chega de sacanagem
Agora é a vez da coragem

E a voz que ficou rouca de tanto gritar
Dessa vez vai voltar a cantar

Tão alto quanto os escândalos
daqueles que viemos falar

É chegada a nossa vez
Mesmo que ainda estejamos atrasados
Nos ainda não fomos derrotados!

E quando ouviu-se o grito: ''Independência ou morte?!''. Antes termos ficado com a segunda opção.

Estilo

Estilo é fazer o habitual de forma única.

Início dos tempos

Tudo começou no inicio dos tempos
quando não havia nem estrelas, nem universo,
nem mesmo céu nem inferno,
nem mesmo espaço,
tudo era coisa e a coisa era tudo.

E numa dessas, Deus criou o diabo
e uma vez não existindo espaço,
dois corpos não ocupam o mesmo lugar...

e assim começou a maior de todas as lutas
a raiz dos combates homéricos e maniqueístas.
PUFT!
Fez-se o céu, o inferno e o espaço

Se pudéssemos calcular o tempo da luta
ficaríamos o resto da eternidade procurando
o rabo da cobra do infinito.


Deus se deu de bem,
porém ambos saíram feridos.
Do sangue deles surgiu a Terra
e assim herdamos a criatividade,
a persistência e o amor de Deus.
Em contra partida, a intolerância,
o ódio e uma ignorância do diabo...

Outro lado

Vivemos nos perguntando como é o outro lado, mas quem garante que aqui não é o outro lado?

A casa

E assim foi...
Ganhamos um terreno
moramos nele
E depois construímos uma casa

Mobiliamo-nas a nosso bel prazer
Demos festas e mais festas
A casa ficou uma bagunça
sem mencionar as reformas...
Todo entulho foi jogado nos fundos

Atualmente, a fachada parece um palácio
Porem, somente alguns moradores
tem noção do seu verdadeiro estado.

Caro presenteador,
Perdoe-nos pelo mau uso do presente
A casa necessita urgentemente de faxina
E tudo que fazemos
é nos preocupar com as cores do sofá.

O gato

Festa de criança local desconhecido
Churrasco e crianças esquentando o ar

Sento-me vejo o movimento
Um vulto preto de mechas loiras
Passou rapidamente em câmera lenta

Olhei para ele, era um gato, chamei-o
Aproximou-se e enroscou-se na minha perna
Acariciei-lhe e olhei no fundo de seus olhos

Lá, vi a mim mesmo, animal ‘’racional’’
com instintos de leão adormecido.
O gato não reagia, quando de repente
pulou sobre meu colo e encarou-me
assim como o encarei.

Alguém passa e diz:
- Nossa! Como você fez isso?!
ele não se entrega com estranhos.

Olho para o gato e penso comigo mesmo:

-É uma coisa que só os animais entendem

...e perdido no caminho minha mente balançou
sonhei com filmes em minha vida
correndo risco e fugindo dos monstros disfarçados de fadas.

Pensei na bucolicidade de minha vida
E nos ovos de texto que eu havia parado de chocar

O mundo girou!
Não sabia mais quem eu era e o que fazia
Mas incrivelmente o sonho ainda persistia

o coração travou
e a culpa foi minha

mas melodia de um amor que me fez crer
foi a mesma que dançou com o meu escrever

Ônibus 174

Nessa deturpada via expressa
haverá sempre os velhos ônibus
cheirando ao maldito enxofre

andando na mais alta velocidade
fazendo pega entre os carros
lotado de pobreza, decepção e desamparo.

Vindo de uma estrada destruída e com buracos
esquecida pelos carros e pela limusine do estado

que acumula o ódio de seus passageiros
favelados, meninos de rua, traficantes
todos filhos da mesma mãe sem pai.

Pessoas boas se não fossem vítimas da sociedade
o brinquedo favorito do estado.

capaz de criar mundos dentro mundo,
até mesmo grupos, guerras
e Sandros.

Que sempre pegaram
o mesmo ônibus 174 a caminho da morte...