terça-feira, 9 de outubro de 2012

Se movimente

Movimente-se
Mente move-se
Move-se mente

Mova-se, não mente, por favor.
Mente? Mas pelo menos mova-se.
Movimente.
 
Mente que move
E não ‘’mente, que move’’
Mova-se, que ai não se mente.
E porque mente? Se pode mover-se.

Se não mente, mova-se novamente.
Move à mente, mente move.
Movimente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Momento

O embalo frenético por uma besteira
Besteira não!
Pra mim, isso é muito serio.
Um desejo de vingança rasgando todos os olhares.
É isso ai, já esperava que fosse assim.

Nada como um dia após o outro
A roleta roda no ritmo que ela quiser
E rápido ou devagar, esta no topo ou embaixo.
Estou na metade.

Corre, corre antes que sua vez passe.
Vai menino, ganhe esse pequeno espaço hoje
Amanha você ganhara o mundo.

Corre, corre , tem que conseguir
Mas o tempo das coisas é diferente do tempo dos humanos
Paciência meu caro,

Tudo entendido, mas ainda faço do meu jeito.
Haaaaaaaaaaaa! Grita menino grande!
Liberta essa criança que ainda te atormenta
Erre pra aprender, se mova!
O mundo é de quem faz...
 e merece.

sábado, 25 de agosto de 2012

Salvador 2012

Nasci em salvador
A terra que dizem ser de todos os santos
Mas eles devem estar cuidando de um terreno melhor

 Aqui, se respira os três D’s
Desigualdade, desorganização e displicência.

 Arte? Fala-se de boca em boca
Afinal, não é do interesse de ninguém que se faça parte
Cultura é o mesmo privilegio.
Só se desenvolve com o contato certo.

 Transporte? Morra-se sufocado
Ou more onde não se precise de sorte

 E olho para os lados
Vejo prédios e mais prédios
Rasgando o céu sem plano
Será que essa porra não foi feita por engano?!

 As praias estão acabadas
Nunca deveriam ter tirado as barracas
Agora elas estão mais imundas
Pior que elas?
Só os corruptos e suas bundas

Essa é a salvador de agora
Amada por muitos
E abandonada pelos santos
Ouçam nossos prantos
Pois quando acordo de manhã
Só faço esperar pelo dia de amanha.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A vila

Ainda lembro como se fosse hoje
Aquela pequena e velha vila
Com casas quase que iguais
Todos com a sua arquitetura popular
E o chão de terra batida nas ruas.

O mar que a cerca é tranquilo
Mas sempre havia algum barco na areia
Eram muitos, agora alguns poucos persistem.

As praias de desertas e secretas
Já não tem mais nada
E antes da minha época
Soube que se podia andar pelado por elas

A tartaruga marinha tão velha e sabia
Segurava seu cajado e fazia sua profecia
Disse que a vila se expandiria
Agora o mundo ‘’ganharia’’

Minha infância, marcada por pescarias e bicicletas
Agora é um mini shopping a céu aberto
Até as horríveis manifestações carnavalescas
Cuja me aterrorizavam, viraram mercadoria.

As casas foram vendidas
O chão foi asfaltado
As lojas internacionais chegaram
E seus preços aumentados
Tudo agora é hotel e restaurante caro
Onde será que estão os verdadeiros pratos?

Tudo acontecia muito rápido
Ninguém mais sabe do passado
Muito menos do futuro
Em menos de 10 anos metade da vila
Foi expulsa de seu mundo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A inalcançável busca

Em todo lugar
Em toda época
Aparece sempre a mesma coisa

Os homens correm,
Desesperam-se atrás do gozo da vida
Dinheiro,festas, prazeres
-Somos fortes, vamos viver para sempre
Dizem eles quando embriagados de arrogância
Mas uma vez sóbrios e em suas camas,
O pensamento é outro:
- Não, nós não vamos.

Então os homens ficam ricos
Gastam tudo  para alcançar o viver infinito
Antes tinham esperança no mítico
Agora o modo é cientifico

Enquanto houver tempo e dinheiro
A busca nunca acabará
O dinheiro será convertido em tempo
E o tempo será convertido em mais dinheiro

E se por acaso esse dia chegar
 estaremos vivos sem vida alguma
Pois o que não sabem esses que procuram se estacionar
É que a morte faz a vida girar.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O peso do mundo

Ninguém carrega o mundo nas costas. O que voce sente sobre sua cabeça, atroviando sua coluna e endurecendo seus ombros não é o peso do mundo, mas sim peso que voce deposita nele.

domingo, 3 de junho de 2012

O leão e a fada

Agora que te vejo aqui e assim
Não lhe soltarei mais
O que fizeram com você?
Andaras comigo agora!
Ninguém nunca mais lhe fará mal
Serás meu anjo e serei seu protetor

Não tenha medo,
O meu grito juntos as minhas garras e dentes
Não lhe farão mal.
Pode deitar-se sobre minha juba

E quando ele apareceu,
Me senti assustada
Tantos já me fizeram mal, mas não!
Vieste para me proteger
me carregou no colo
e rugiu para que ninguém chegasse perto

Meu cabelo se envolveu na sua juba
enquanto sentia a respiração de seus músculos.
O alto rugido foi se abaixando,
Como consigo acalmar um ser tão bravo
Apenas por estar em seu braços?