sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A vila

Ainda lembro como se fosse hoje
Aquela pequena e velha vila
Com casas quase que iguais
Todos com a sua arquitetura popular
E o chão de terra batida nas ruas.

O mar que a cerca é tranquilo
Mas sempre havia algum barco na areia
Eram muitos, agora alguns poucos persistem.

As praias de desertas e secretas
Já não tem mais nada
E antes da minha época
Soube que se podia andar pelado por elas

A tartaruga marinha tão velha e sabia
Segurava seu cajado e fazia sua profecia
Disse que a vila se expandiria
Agora o mundo ‘’ganharia’’

Minha infância, marcada por pescarias e bicicletas
Agora é um mini shopping a céu aberto
Até as horríveis manifestações carnavalescas
Cuja me aterrorizavam, viraram mercadoria.

As casas foram vendidas
O chão foi asfaltado
As lojas internacionais chegaram
E seus preços aumentados
Tudo agora é hotel e restaurante caro
Onde será que estão os verdadeiros pratos?

Tudo acontecia muito rápido
Ninguém mais sabe do passado
Muito menos do futuro
Em menos de 10 anos metade da vila
Foi expulsa de seu mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário